A Revolta dos Malês foi uma rápida revolta que ocorreu entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835, na província de Salvador, Bahia. O movimento aconteceu durante no período regencial brasileiro (1831 a 1840), que compreende o período entre a abdicação de D. Pedro I e a posse de D. Pedro II no trono do Brasil.
O movimento foi organizado pelos escravos de origem islâmica, conhecidos como ‘’negros de ganho’’, pois executavam trabalhos remunerados de carpinteiros, alfaiates, artesãos, entre outros, como em um tipo de aluguel de mão-de-onça. Desta forma, as pessoas ‘’alugavam’’ os serviços dos escravos, que ficavam com uma porcentagem paga pelo trabalho.
Eles se revoltaram contra a falta de liberdade religiosa, além de buscarem a libertação de todos os escravos muçulmanos. Os revoltosos pretendiam libertar os cativos dos engenhos e tomar o poder.
A revolta
O movimento foi liderado pelos negros: Pai Inácio, Ahuma, Luís Sandim, Elesbão do Carmo, Luiza Mahin, Aprício, Dissalu Manuel Calafate, Pacífico Licutan, e Nicoti. O objetivo dos lideres era de no dia 25 de janeiro 1835 libertar os escravos de origem islâmica que ainda não estavam alforriados.
Eles pretendiam tomar o poder dos quartéis da cidade e matar e escravizar brancos e mulatos católicos contrários à religião Islâmica. Essa data foi escolhida porque a cidade de Salvador estaria vazia, por causa de uma festa católica na cidade de Bonfim.
Os negros pretendiam arrecadar dinheiro para comprar armas e munições. No plano escrito em árabe, os revoltosos deveriam se juntar no bairro de Vitória e de lá começarem a invadir os quartéis de Salvador. Além de invadirem os engenhos de açúcar para libertar os escravos.
Entretanto, a estratégia dos negros não saiu como planejado, pois uma senhora contou sobre o plano para um Juiz de Paz de Salvador. No dia 24 de Janeiro a polícia invadiu a casa de um dos líderes do movimento.
A revolta teve fim com as tropas do exército conseguindo reprimir totalmente o movimento. Os revoltosos foram cercados na região da Água dos Meninos, onde violentos combates aconteceram. Incapazes de lutar contra os saldados, cerca de setenta negros foram mortos, e outros 200 presos. Já os líderes da revolta receberem a pena de morte.